quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Vintgar Gorge

Fui a Vintgar completamente desavisada. Acordei de manhã em Bled e resolvi alugar uma bicicleta, perguntando ao rapaz que me alugou se ele sugeria algo pra eu visitar, quem sabe uma cachoeira ou algo assim. Ele me disse que tinha um lugar chamado Vintgar a cerca de 3 km dali que era muito bonito e tinha uma cachoeira. Resolvi ir.



O trajeto por si só, como tudo na Eslovênia, já foi um desbunde, com vistas dos Alpes por todos os lados. Mas por um momento desconfiei da minha habilidade pra chegar lá, porque o cara me disse que o trecho era plano (mas Eslovenos são seres da subida, então sempre é bom desconfiar quado eles disserem que é “flat”). Mas tudo bem, a subida é muito leve, mas constante. Sobrevivi! E quando cheguei...



Triglavski Narodni Park: estamos no Parque Nacional do Triglav

Bem, primeiramente, pra entrar em Vintgar é preciso comprar um ingresso que custa 4. Estacionei a bike num bicicletário lotado e adentrei o parque, sem fazer ideia do que me aguardava. A medida que eu avançava na paisagem, ia ficando mais e mais surpresa. É simplesmente lindo! Uma experiência única, mágica, inesquecível pra mim, que nunca tinha visto esses desfiladeiros e nunca tinha estado perto de formações rochosas tão altas! Saí de lá com uma certeza: é o lugar mais lindo que já vi na minha vida!


Adoro a cor das águas da Eslovênia!

Gorge significa Desfiladeiro, ou Garganta (geologicamente falando), em inglês. O lugar foi descoberto em 1891 e logo iniciou-se sua exploração turística, que atualmente cresce a cada ano. E também não é pra menos: nos seus 1,6km de beleza, com o Rio Radovna passando entre as montanhas rochosas Hom e Bort, a cada passo dado é um deslumbramento.

Existem duas entradas para a atração: uma pela cachoeira e outra no sentido contrário, que foi onde eu entrei.

Todo o trajeto é sobre pontes de madeira ladeando as rochas, e a cada metro andado uma nova paisagem deslumbrante se descortina. Quando eu pensava que a fenda estava acabando, ainda via mais e mais curvas de pedra a minha frente.


Sem contar com as águas do Radovna, que tem aquele tom típico das águas da Eslovênia, um verde translúcido que me impressionou e encantou muito. Em um ponto do trajeto próximo do fim, você vai passar debaixo de um arco de pedra de cruza a trilha a 33,5m de altura. O arco faz parte do trajeto do trem de Bohinj, foi construído em 1906 e parece estar desativado.

Chegando ao fim do caminho, uma cachoeira de 13m nos brinda com sua discreta beleza. Eu confesso que, como cuiabana que sou, crescida entre as 'cachus' da Chapada dos Guimarães,  não me encantei especialmente com a cachoeira... Mas “tudo vale a pena quando a alma não é pequena” - como já dizia Pessoa - especialmente porque cachoeira de um lado e Alpes Julianos do outro não é pra qualquer um, né...



Apesar de o caminho ser o mesmo, a ida e a volta são passeios diferentes, por causa do ângulo em que se vê a mesma coisa. Também é posível não fazer ida e volta, se você tiver como sair dali pelo outro lado. Vi grupos de excursão que o ônibus deu a volta e os pegou lá na cachoeira (um alívio, porque gente demais, sabe como é, né...).

Pra finalizar este meu relato, só vou te fazer três recomendações:
1.       Não deixe de ir. Vintgar é incrível!!!
2.       Não vá com pressa. A riqueza de detalhes é tão grande que mesmo que você não seja uma pessoa tão contemplativa quanto eu, seus olhos e seu coração vão te pedir pra dedicar mais atenção ao formidável espetáculo da natureza que você está presenciando.
3.       Lixo é no lixo, né? Respeite o santuário que você está pisando e leve embora com você o que não combina com a natureza.

Só pra fechar, uma informação pra você que está lendo entender o quanto eu gostei de Vintgar: já quase no final do trajeto de volta, resolvi uma coisa: cancelei a minha ida a Barcelona, que seria uma semana depois, porque eu t-i-n-h-a que ficar mais tempo naquele país que é tudo de bom! Se você ler os róximos relatos vai entender porque esta foi a melhor escolha da minha viagem. 
Fato é que, já no restaurante que parei pra comer antes de voltar pra Bled, eu pedi a senha do WiFi e cancelei a minha reserva de hospedagem. Sorte que eu não tinha comprado as passagens, porque ia perder ainda mais dinheiro!!!

Eu não gosto de criar expectativas sobre alguma coisa, porque geralmente a frustração é grande. É possível que você não se impressione tanto quanto eu... Mesmo assim, faça seu relato nos comentários!

Aqui seguem umas imagens dessa aventura:





SERVIÇO
Onde fica: a 4 km de Bled
Como chegar:
- de ônibus convencional (tem um saindo de Bled, mas não tenho maiores informações a respeito);
- de carro;
- de bicicleta: pedalada leve, com leve e constante subida na ida, um pequeno trecho mais íngreme. Na volta, o início é bem puxado mas é fácil empurrar a bike, em compensação depois quase não se pedala até chegar a Bled.
Ingresso: 4 euros
Pra comer: nas entradas da atração tem snacks, cerveja e água à venda. Próximo à entrada oposta à cachoeira tem um restaurante muito bom e, pra variar,  barato.
Onde ficar: Vi que tem uma Guest House no mesmo restaurante onde comi
Site oficialhttp://www.vintgar.si/gorge.html (versão em inglês)

Nenhum comentário:

Postar um comentário